Stadia – A nova plataforma de games do Google
O Google anunciou, no mês passado, durante a GDC – Game Developers Conference, em São Francisco, EUA, o seu mais novo produto, o Stadia, uma plataforma de streaming para jogos, que permite que games de altíssimo desempenho (4K, 1080 pixels e 60 quadros por segundo) sejam rodados na nuvem, nos servidores da empresa.
A ideia é permitir que, por meio da tecnologia de streaming, pessoas com computadores mais modestos e até mesmo celulares, tablets e televisores possam acessar jogos de altíssima resolução por meio do navegador da internet, sem a necessidade de um computador superpotente.
Por meio da tecnologia de streaming (e de uma internet rápida, muito rápida!), todo o processamento do jogo e de seus complexos gráficos passa a ser “rodado” nos servidores do Google e não mais no computador do jogador, reduzindo e muito a necessidade de máquinas com enorme capacidade de memória e placas de vídeo de alta resolução.
Do Project Stream ao Stadia
Os primeiros experimentos neste sentido aconteceram no final de 2018, com o Project Stream, que selecionou gamers do mundo todo e, por meio de uma parceria com a Ubisoft, disponibilizou gratuitamente o jogo Assassin’s Creed Odyssey. Após a realização dos testes, o Project Stream foi encerrado em janeiro deste ano.
Os participantes do projeto, após o encerramento, puderam baixar gratuitamente o jogo para seus PCs.
Encerrado o projeto, a empresa passou a divulgar uma série de teasers, criando um clima de suspense para o lançamento de um novo produto, até então misterioso, que ocorreria na GDC. Até aquele momento não se sabia nem o nome da nova plataforma, nem como funcionaria.
O anúncio do dia 15 foi feito pelo atual CEO da Google Inc., o indiano Sundar Pichai, Phil Harrison, responsável pelo projeto Stadia, e outros desenvolvedores, numa apresentação que durou cerca de 1 hora e que foi transmitida ao vivo pelo YouTube.
Sem downloads ou instalações: acesso instantâneo aos jogos por meio de qualquer dispositivo
Segundo Pinchai, a Google vem trabalhando duro ao longo dos últimos dois anos no desenvolvimento da tecnologia streaming para jogos, e viu que era possível trazer os jogos AAA (triplo A, na gíria dos gamers, são os jogos de grande sucesso, como se fossem blockbusters no caso dos filmes) para os navegadores da Google.
Ainda segundo o CEO, o objetivo é criar uma plataforma de jogos para todos. E isso é possível graças à poderosa rede de fibra ótica da empresa, que conecta 19 regiões e 58 zonas em mais de 200 países e territórios, atingindo bilhões de pessoas.
Segundo Phil Harrison, atualmente existem cerca de 2 bilhões de jogadores em todo o mundo, criando uma vasta comunidade de jogadores que atravessa fronteiras físicas e barreiras culturais.
Além disso, ele também salientou a existência de uma enorme comunidade de desenvolvedores de games e de pessoas que não jogam, mas que assistem às partidas via YouTube.
Essas comunidades, de jogadores, desenvolvedores e de fãs, no entanto, estão muitas vezes desconectadas, e para Phil, a união destes mundos é um dos maiores objetivos do Stadia.
“Imagine que você está vendo jogos no YouTube e você descobre o trailer de Assassin’s Creed Odyssey no site oficial da Ubisfot no YouTube. Você, daí, vê o botão Play. Ao clicar neste botão, o jogador é diretamente levado para o jogo, no navegador, em apenas 5 segundos, sem download, sem patches, sem instalar. Stadia oferece acesso imediato ao jogo”, disse Phil Harrisson.
Ele continua: “Nossa visão para a plataforma Stadia é que ela reduza a fricção entre a excitação de se buscar um jogo e de efetivamente jogar o jogo”.
Para jogar em todos os lugares
Além do mais, ele completa, “um ponto central de nossa plataforma é permitir que uma única visão criativa e uma única base de código possam agora ser desfrutados instantaneamente por meio de qualquer tela. Assim que um jogo for lançado, ele poderá ser jogado tanto em desktops, laptops, TVs, tablets ou phones. Esta nova geração de jogos não é mais uma caixa. Com Stadia, o datacenter é a sua plataforma. Não existe mais um console que limita a ideia dos criadores, nem um console que limita onde os jogadores podem jogar.”
Para que essa experiência seja desfrutada de maneira uniforme em todos os dispositivos, a empresa também apresentou o seu controle Stadia, que pode se conectar via wi-fi diretamente com o jogo que está sendo rodado no datacenter da Google. Além do mais, o controle também possui um botão que permite que o jogo seja gravado e transmitido diretamente para o YouTube. Os jogos, no entanto, podem ser jogados por meio de outros hardwares como mouse, teclado e joysticks. O controle é, portanto, opcional.
O que já se sabe
Além do Assassin’s Creed Odyssey, primeiro jogo disponibilizado para o Stadia, diversos outros jogos, como Doom Eternal estão sendo desenvolvidos para a plataforma.
Segundo informações publicadas pelo portal Canaltech, obtidas em conversa com a equipe da Google durante a Game Developer Conference, “serão necessários 25 Mbps de velocidade de internet para que até os jogos mais parrudos rodem com 1080p de definição e a 30 fps, uma qualidade básica dos games atuais. Se considerarmos 4K e 30 fps, esta velocidade sobe para 30 Mbps”.
Os primeiros testes comerciais, segundo a Google, devem acontecer ainda neste ano. Informações sobre preços e condições para o acesso à plataforma ainda não foram divulgados.